A voz do povo

“O que chegou naquela cidade foi a concepção ampla de cidadania, apenas isso. Um povo que, de repente, aprendeu a dizer Não” – Aprendiz de Sonhador – Caderno II – Política e Economia Municipal (2007) pág. 95.

A turbulência política que assola o município de Arcos foi tema do editorial no Jornal Estado de Minas. “Os políticos de Arcos estavam errados em relação ao povo que os elegeu. Não foram capazes de ler corretamente os medidores da temperatura da indignação que vinha tomando conta da cidade”.
O abaixo-assinado capitaneado pelo companheiro Antonio Victor vem mostrar que milhares de cidadãos discordam do legislativo, a Casa do Povo. Aquelas milhares de pessoas também não concordam com o prefeito que, placidamente sancionou a Lei, concedendo aumento abusivo aos salários dos vereadores, incluindo aí o aumento para ele mesmo.
A manifestação democrática no plenário da Câmara Municipal deve apontar novos caminhos para a política local. Hoje alguns vereadores temem a derrota nas próximas eleições. Enquanto isso o prefeito sente-se desconfortável com o desgaste político que poderá complicar os seus planos de tentar a reeleição. O desgaste político é ainda maior quando se observa que é a oitava vez que o prefeito foi obrigado a rever os seus atos, somando-se a um processo por improbidade, ainda em julgamento.
“É um exagero julgar que está em curso uma revolta popular, uma espécie de Primavera Brasileira. Mas os políticos dotados de sensibilidade para captar a voz que vem das ruas já sabem que, desde a tramitação da Lei Ficha Limpa, uma reação vem medrando em pequenos focos, que, de repente, podem desencadear um incêndio. É a cidadania avisando que está viva”. Ano que vem teremos eleições. Será possível o eleitor mudar os seus conceitos? Eis aí a interrogação...

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