A corrupção programática

“Implantada em 2005 no governo Plácido Vaz a escola do bairro Calcita foi a primeira de tempo integral da rede municipal de ensino. No segundo semestre de 2008 mais duas escolas passaram a funcionar em horário integral. Sobraram nove escolas na fila. Um desafio para o governo do professor Baiano e sua equipe”  dizia  O Foca no Portal Arcos em 06 de março de 2009. O novo governo municipal completava apenas 60 dias.
Os programas de governo lançados pelos candidatos à prefeitura de Arcos estão se tornando cada vez mais parecidos. Inflados, qual um saco de bondades, transformam passarelas em semáforos.
Atraído pelo canto da sereia professor Baiano incorporou ao seu programa (2009 – 2012) grande parte daquele plano de governo lançado por Plácido Vaz e Roberto Dias em setembro de 2004.
A vitória de Baiano, digamos, apertada, mostrou que 49,63% dos eleitores não votaram nele. Uma das suas promessas, talvez a maior de todas, afinal ele é professor, está na página 05 estampada com todas as letras: “No Governo Baiano e Dr. João Júlio todas as escolas adotarão o ensino de tempo integral.”
O grande educador francês Jean Hébrand, em visita ao Brasil, defendeu a implantação de escolas de tempo integral como único meio de garantir um futuro melhor para as crianças. Na Europa todas as escolas são de tempo integral. Anísio Teixeira, uma das lendas da educação afirma que a escola de tempo integral não é um confinamento, e sim uma oportunidade de uma vida melhor. Vale lembrar também a opinião de Benjamin Steinbruch, diretor presidente da CSN – Companhia Siderúrgica Nacional que pontifica: “A escola de tempo integral deveria ser uma obsessão dos governantes que vivem o seu primeiro mandato”. Faltando pouco mais de um ano para o termino de seu governo o prefeito/professor não implantou nenhuma.
Em 17 de abril deste ano o Jornal Correio Centro Oeste publicou matéria que causou espanto, desconforto e indignação. Em uma das escolas municipais, embalados e empilhados em um canto estavam 16 computadores enviados pelo Governo Federal. Estavam ali há 10 meses aguardando mobiliário, cuja compra é de responsabilidade da prefeitura.
Hoje estamos assistindo a um novo ciclo de desenvolvimento industrial. A CSN já produz clinquer, vem aí mais uma fábrica de cimento. Todas as indústrias que beneficiam o calcário  estão sendo ampliadas.
A prefeitura arrecada em média quatro milhões e quinhentos mil reais mensais, mais que o dobro da média obtida no mandatos de Lécio e Plácido. Todavia, curiosamente, quase todo o asfaltamento recente, palco de foguetórios, é fruto de empréstimos (dívida) contraída pela prefeitura.
A tal corrupção programática, instrumento eleitoral antigo, terá vez e voz nas próximas eleições?

Nenhum comentário:

Postar um comentário