MEIO
AMBIENTE - MEIO SÉCULO
Há pouco mais de 50 anos
aportava em Arcos uma empresa estrangeira; era o inicio da grande
industrialização do calcário. Os equipamentos para a montagem daquela fábrica
chegavam pela ferrovia. Arcos vivia um clima europeu: famílias francesas vieram
residir aqui, revolucionando alguns costumes. A primeira quadra de tênis,
pavimentada com saibro era algo exótico aos olhos daquela população simples e
trabalhadora.
Aquela
fábrica poluiu Arcos por quatro décadas. Sua chaminé expelia um pó que
impregnava a tudo e a todos. Veículos perdiam a cor, o resíduo era altamente
corrosivo. Doenças respiratórias grassavam. O pó prejudicava a população e as
leis ambientais eram frouxas. O Jornal O Arcos, o maior da cidade, fundado por
jovens idealistas publicava em 1.978 em tom de indignação: “É incrível a
passividade com que autoridades aceitam a terrível e contínua poluição da
Cimento Pains”.
Em
1.999 a
antiga fábrica foi substituída por outra construída longe da cidade e próxima
da jazida. Dizem que é a mais moderna do mundo. Os jornais destacaram que ali
foram investidos 32 milhões de reais apenas em proteção ambiental, um espanto!
A
industria cimenteira consome muito combustível. Algumas fábricas usam resíduos
industriais na geração de energia para se produzir o clínquer, matéria prima do
cimento. Estima-se que 7% das emissões de dióxido de carbono (CO2)
são decorrentes da produção de cimento.
Sabemos
que não existe fábrica produzindo sozinha, sem operários. Também não existe
fábrica operando com 100% de isenção fiscal, afinal todas são obrigadas a pagar
impostos.
Aquela visão antiga
enaltecendo a criação de empregos e a geração de impostos foi substituída pela
responsabilidade social e as devidas contrapartidas, estas quase sempre
invisíveis aos olhos da população. Arcos merece mais, muito mais.
Arcos, 03
de maio de 2013.
aprendizdesonhador15.blogspot.com
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